Bancários: Caixas eletrônicos estão inoperantes

Com a greve dos bancários que entra hoje para o seu quinto dia, usuários do sistema bancário estão reclamando da inoperância da maioria dos caixas eletrônicos,  espalhados nas agências, quando se trata da recepção de depósitos bancários. O problema está ocorrendo principalmente nos caixas do Banco do Brasil. Mas, em algumas agências de bancos privados, os clientes reclamam do mesmo problema.
No caso do BB, segundo o diretor administrativo do Sindicato do Bancários do RN, Gilberto Monteiro,  a  recepção dos depósitos só está ocorrendo na agência do Natal Shopping. Nos caixas de outras agências, esta opção está desativada. “Eles desativaram esta opção por falta de pessoal para efetuar o recolhimento dos envelopes e confirmar o depósito após a conferência dos mesmo”, explica Monteiro. Segundo ele, os caixas disponíveis para este serviço no shopping, só recebem o depósito entre 10h e 13h.

“Aquela agência normalmente já é uma das mais procuradas. Imagine só ela recepcionando os depósitos acumulados das outras as agências do banco do Brasil da cidade. Acaba se transformando em um caos”, reconhece o representante do sindicato.

A administradora Dinar Araújo comenta que a situação tende a piorar se a greve não for resolvida o mais rápido. Ela tentou efetuar alguns pagamentos mas, se deparou com a questão do limite fixados para os caixas eletrônicos. “Eu entendo que a categoria precisa lutar pelos seus direitos. Mas, os banqueiros deveriam criar uma forma de aumentar, pelo menos o limite para receber os boletas. Estou com algumas faturas e não consigo pagá-las porque o valor ultrapassa o limite diário do valor de pagamento, que é R$ 100,00”, diz ela.

A administradora também reclamou da falta de opções para orientação do cliente. “Tentei falar com a ouvidoria do BB mas, não obtive retorno. E agora, quem é que devo procurar? Não tem ninguém para, pelo menos, nos dá um posicionamento sobre problema”, reclama Dinar Araújo. Ela acrescenta que teve as mesmas dificuldades na agência do banco Itaú, localizada em frente a agência centro do BB.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE visitou vários bancos e se deparou com outras situações vividas pelos usuários. No Bradesco, o secretário Tibério Carlos tentou resolver um problema com seu cartão de crédito e não teve sucesso. “Recebi um comunicado do banco para vir trocar meu cartão e, quando chego aqui, me deparo com a greve dos funcionários e, agora, com a greve dos caixas eletrônicos que não querem fazer a leitura de meu cartão”, reclama Carlos. Na agência do Bradesco centro a recepção de depósito pelos caixas eletrônicos estava normalizada.

Segundo o representante do Sindicato dos Bancários do RN, o movimento cresce a cada dia e que “quanto mais a Federação Nacional do Bancos [Febraban], demorar para discutir sobre nossas reivindicações, o movimento tende a crescer no Brasil como um todo”. Segundo o balanço divulgado na ultima segunda-feira pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a greve já havia conseguido atingir mais de 9 mil agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, a nível nacional, nos três primeiros dias de paralisação. O sindicato local informou que no RN a adesão ao movimento já é quase total.

A presidente do sindicato potiguar, Marta Turra, disse que são poucas as agências em funcionamento do Estado. Segundo ela, as agências em funcionamento são: Bradesco da avenida Rio Branco, em Natal; a Caixa Econômica de Touros e o Banco do Nordeste do Brasil de Macau. A Contraf informa que até o terceiro dia de greve, o movimento conseguiu fechar 9.015 unidades – quase metade das cerca de 20 mil agências do país. “Os bancários estão cada vez mais indignados com o silêncio da Fenaban, braço sindical dos banqueiros, que insiste no reajuste linear de 6,1% para salários, pisos e benefícios”, disse Carlos Cordeiro, presidente da Contraf.

A Fenaban oferece o equivalente à inflação dos últimos 12 meses, enquanto os bancários querem 11,93% [a inflação mais 5% de ganho real], além de participação nos lucros e aumento do piso salarial. Desde 12 de setembro não há novo posicionamento por parte dos empresários quanto às reivindicações apresentadas pelas lideranças sindicais dos bancários.

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