Bactérias atinge bebês na UTI da Januário Cicco

A unidade de terapia intensiva neonatal da Maternidade Januário Cicco está sem poder receber novos pacientes. Segundo o diretor da unidade, Kleber Morais, que evitou usar a palavra "interdição", a impossibilidade de atender novos bebês na UTI foi causada pelo diagnóstico de infecção de três bebês pela bactéria por bactérias do tipo "pseudomona", comum em infecções hospitalres. Os pacientes da Maternidade estão sendo atendidos em uma unidade improvisada no centro cirúrgico. Kleber disse que o problema está "sendo resolvido" e que a medida é de precaução. "Não foi interditada, só não está recebendo pacientes", fala Kleber Morais.

As primeiras informações a chegar à reportagem da TRIBUNA DO NORTE são diferentes das repassadas pelo diretor da Maternidade Januário Cicco. Um funcionário da unidade informou que há 10 leitos ocupados e que havia a suspeita de contaminação em sete bebês e que também existia a suspeita de óbitos por conta da bactéria. As informações não foram confirmadas por Kleber Morais. Questionado sobre óbitos, o diretor foi taxativo. "Graças a Deus não existe isso. Óbito não se suspeita. Ou confirma ou não", disse Kleber Morais.
Uma das explicações possíveis para o possível surto de bactérias na Maternidade é, nas palavras do seu diretor, a superlotação. "Nós atuamos acima da nossa capacidade. A Maternidade está sempre superlotada, então ficamos sujeitos a situações como essa. A saúde da Mulher no estado está precária e os gestores precisam atentar para essa situação o mais rápido possível", disse Kleber Morais, que fez questão de ressaltar que o atendimento no restante da Maternidade acontece normalmente. "A Januário Cicco está funcionando normalmente nos demais setores", esclarece.
Profissionais da saúde consultados pela TRIBUNA DO NORTE explicaram que as bactérias do tipo "pseudomonas" não são "superbactérias". Em outras palavras, há antibióticos com capacidade de tratá-las. O que pode implicar em complicações é a fragilidade dos pacientes em questão, todos recém-nascidos e em situação de risco. Esse é um tipo de infecção comum em hospitais. O secretário estadual de Saúde, Isaú Gerino, ao ser informado pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, sobre os problemas na UTI neonatal da Maternidade Januário Cicco também disse que as bactérias podem ser tratadas. "Existem antibióticos para esse tratamento", disse Isaú.
Kleber Morais se mostrou preocupado com a disseminação da informação de bactérias na UTI da Maternidade. O diretor disse temer pânico entre os pacientes. "Estamos cuidando do assunto, que deve ser equacionado. Não podemos causar pânico na população e entre os pacientes da Januário Cicco", disse Kleber.
A Maternidade Escola Januário Cicco é a maior unidade neonatal do Estado e responde pela maior parte dos atendimentos. "Infelizmente, a MEJC tem absorvido uma demanda maior que a sua capacidade. O sistema de saúde depende da maternidade", aponta Kleber Morais.
As possibilidades de remanejamento de pacientes são pequenas. Há dificuldades para se encontrar vagas em outros hospitais. O Hospital Santa Catarina, por exemplo, estava com a UTI neonatal lotada no início da noite de ontem. "Não fiquei sabendo de problemas na MEJC, mas não sentimos nenhuma diferença no Hospital Santa Catarina. Estamos com a unidade lotada, mas isso já acontece normalmente", disse o diretor administrativo do Hospital Santa Catarina, Carlos Leão.

Caso a Maternidade decida pela interdição da UTI neonatal, o fato precisa ser comunicado ao Conselho Regional de Medicina. Até a noite de ontem não havia nenhuma comunicação no Cremern.

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