Santo Antônio abre calendário junino
Toda uma mistura da tradição e da cultura do povo nordestino, passando
pelo lado profano, folclórico e até o religioso, cria o clima dos
festejos juninos no meio do ano, cuja largada ocorre hoje, véspera do
Dia de Santo Antonio, considerado pela crendice popular como o “santo
casamenteiro”.
O uso de fogos de artifícios é uma tradição nos festejos juninos. Corpo de Bombeiros vem alertando para o perigo de acidentes
Santo Antonio é padroeiro de diversos municípios do Rio Grande do Norte,
mas em Natal as comemorações acontecem na paróquia do Parque dos
Coqueiros, cujo padroeiro é Santo Antonio de Pádua e ainda na conhecida
Igreja do Galo, que embora vinculada à paróquia de Nossa Senhora da
Apresentação, também tem a sua programação religiosa.
A Igreja do
Galo ou de Santo Antonio é administrada pelo convento dos Capuchinhos e
já na manhã desta quarta-feira eles realizam uma missa em homenagem ao
“Dia dos Namorados”, data comemorada hoje. “Depois teremos o café da
manhã com os pobres e faremos a distribuição de sacolões para 160
famílias cadastradas, como já é feito mensalmente, além da distribuição e
brindes”, explica o frei José Xavier da Paixão.
Já na missa das
19 horas, celebrada pelo padre José Campos, da Paróquia de São
Sebastião, no Alecrim, ocorrerá a benção dos namorados. Amanhã, Dia de
Santo Antonio, estão previstas três missas, uma a partir das 6h30,
celebrada pelos frades Capuchinhos, enquanto às 10h30 a missa será
presidida pelo arcebispo metropolitano de Natal, dom Jaime Vieira
Rocha. Finalmente, à noite, a missa terá a celebração do ministro
provincial da Fraternidade dos Capuchinhos, frei Francisco Barreto.
O
frei José Xavier da Paixão admite que em relação a Santo Antonio,
acender fogueira “não tem tanta tradição” como na época do São João ou
mesmo São Pedro, datas comemoradas nos dias 24 e 29 de junho. “Mas
deveria ter”, complementou ele, para explicar que a fogueira tem um
simbolismo “de transformação e de uma nova luz”.
Frei José da
Paixão disse, ainda, que o acendimento da fogueira era uma forma de
comunicação dos povos antigos, como ocorreu durante o êxodo dos hebreus
do Egito, de anunciar os acontecimentos da época. Quanto ao
Cristianismo, a fogueira significa tempos de alegria e de uma nova luz
que se acende: “Toda a simbologia dos santos não é em cima deles, mas a
de levar às pessoas a Jesus Cristo”.
Os povos antigos contam que
a fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a
prosperidade das plantações. Hoje, algumas pessoas do interior fazem
festa em volta da fogueira para agradecer as colheitas. Pouca gente
sabe, mas a fogueira quadrada é acesa para Santo Antônio, a redonda para
São João e a triangular de São Pedro.
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