Ensino: Conhecimento Derruba Fronteiras

O Programa Ciência Sem Fronteiras (CsF) tem, atualmente,  37.786 bolsas implementadas em 35 instituições. O Rio Grande do Norte é o 11º Estado em número de alunos veiculados ao programa. Estão morando em outros países, 816 estudantes de graduação, doutorado e pós-doutorado oriundos de faculdades e universidades potiguares. Criado com o objetivo de promover a mobilidade internacional de estudantes e pesquisadores e incentivar a visita de pesquisadores e professores ao Brasil, o programa sofre críticas por não contemplar todas as áreas do conhecimento. Para os estudantes que participam da iniciativa, a experiência vai além da sala de aula.

Entre os países que mais receberam bolsistas para estudar no exterior, estão os Estados Unidos, França, Canadá, Reino Unido, Alemanha e Austrália. Já em relação às áreas prioritárias, Engenharias; Biologia, Ciências Biomédicas e da Saúde e Ciências Exatas e da Terra continuam entre as de maior destaque dentro do Programa. São Paulo lidera a lista de Estados que enviam estudantes para fora do país. São 8.358 paulistas nas 35 instituições que recebem os brasileiros.

Isadora Nunes, da UFRN, está há oito meses na HolandaIsadora Nunes, da UFRN, está há oito meses na Holanda

O Nordeste é a região que mais enviou graduandos para o exterior. Até agosto passado, foram 547 bolsas concedidas pelo Ministério da Educação (MEC) aos universitários nordestinos. Pernambuco, Ceará, Bahia e Rio Grande do Norte são os responsáveis pela maior demanda da região. A previsão do Governo Federal é a distribuição de até 101 mil bolsas, ao longo de quatro anos, para alunos de graduação e pós-graduação.

Vão para fora do país, alunos que se enquadrem nos critérios estabelecidos pelo CsF. Estar matriculado em curso de nível superior nas áreas e temas prioritários do programa e ter integralizado, no momento do início da viagem de estudos, no mínimo 20% e no máximo 90% do currículo do curso de graduação são condições necessárias. Outro critério estabelecido é a apresentação de certificado de proficiência de língua estrangeira. Mas há exceções.

A estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ingrid Monteiro, 24 anos, embarcou para Milão, na Itália, há menos de um mês. Para participar do CsF, ela não precisou atestar a proficiência em italiano. “Quando me inscrevi, existia a opção de ir para a Itália sem precisar desse atestado. Fiz um intensivo de italiano durante um mês e fui aprovada numa prova onde precisa acertar 60% das questões”, explica.

Em Milão, no período de um ano, Ingrid vai cursar Design de Interiores na faculdade Politecnico di Milano. As aulas  começam em outubro. “Por enquanto, continuo estudando italiano. Tenho aula de segunda a sexta, das 9h às 14h. É mais um intensivo”, analisa a natalense.

A também estudante de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, Isadora Nunes, 22 anos, está há oito meses na cidade de Rotterdam, na Holanda. Lá, ela continua estudando arquitetura no Institute for Housing and Urban Development Studies (IHS), que fica na Erasmus University Rotterdam. “O curso é o mesmo, mas aqui tenho a oportunidade de conhecer uma vertente que não existe na UFRN. A gente estuda a administração aplicada à arquitetura. Aprendemos, entre outras coisas, como administrar uma cidade”, explica.

Isadora volta à Natal em janeiro do próximo ano e, desde já, pensa como pode ajudar a cidade de origem com os conhecimentos adquiridos a milhares de quilômetros de distância. “Na sala de aula, quando falam sobre problemas de alagamento, por exemplo, sempre lembro de Natal. Penso que posso contribuir com algum projeto para minha cidade”, diz.

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