Mesmo tímida e com potencial de expansão muito pelas condições naturais de localização, a produção do Rio Grande do Norte conta com nove unidades geradoras, o que totaliza 1.478KWh.
A possibilidade de utilizar o sol como fonte de energia não é nova, uma vez que os primeiros experimentos foram realizados em meados do século XIX na Europa. Mas o que à época foi visto como uma tecnologia para o futuro, chega ao presente com alguns obstáculos, entre eles a falta de conhecimento sobre esse tipo de energia.
A energia por meio de radiação solar, que se configura como uma possibilidade cada vez mais real de energia limpa e renovável, gera calor ou eletricidade. “Quando a gente falar de energia solar fotovoltaica é quando essa energia é convertida diretamente de radiação solar para eletricidade. Para geração de calor chamamos de energia solar térmica”, ressaltou o responsável técnico de projetos de energia solar do Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGas-ER), consórcio Senai/Petrobras, Bruno Lima.
Mesmo tímida e com potencial de expansão muito pelas condições naturais de localização, a produção do Rio Grande do Norte conta com nove unidades geradoras, o que totaliza 1.478KWh, sendo sua grande maioria enquadrados como micro e minigeração. Essas unidades estão instaladas nos municípios de Natal, São José do Mipibu, Ceará-Mirim, Parnamirim e Auto do Rodrigues, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RN (SEDEC).
“Temos a Indústria Becker, localizada em São José do Mipibu, em que uma das fontes de energia para consumo próprio é de energia solar. A Petrobras também tem um projeto em Auto do Rodrigues com capacidade instalada de 1.100/KWp. É uma usina de caráter experimental que gera 1.1MWp e é consumida pela própria estatal, além de empreendimentos de pequeno porte com capacidade instalada de até 1MWp”, destacou o titular de SEDEC, Silvio Torquato.
No Brasil, segundo relatório intitulado de "Um Banho de Sol para o Brasil" do Instituto Vitae Civilis, o país, devido a sua localização e extensão territorial, recebe em torno de 1013 MWh de energia solar anualmente, o que corresponde a cerca de 50 mil vezes o seu consumo anual de eletricidade. A radiação solar no Brasil chega a variar de 8 a 22 MJ/m2 no decorrer do dia, sendo que as menores variações ocorrem entre os meses de maio a julho, quando a radiação varia entre 8 e 18 MJ/m2.
O secretário ainda contou que existe uma resolução que permite ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia a partir de fontes renováveis. “Ela [resolução 482/1012] dá um suporte grande para pequenas gerações de energia. Uma das fontes mais adaptadas para esse sistema é a energia solar”.
A resolução estabelece que a conexão à rede da microgeração tenha uma potência instalada menor que 100kWp, enquanto que a minigeração seja entre 100kWp e 1MWp, distribuídas através dos sistemas fotovoltaicos em residências e/ou empresas. A atividade pode praticamente zerar a conta de luz, com custos direcionados a disponibilidade da rede.
Mas, apensar da resolução, um dos obstáculos é deixar a população informada sobre o uso da energia solar. “O grande desafio é deixar as pessoas mais seguras com relação à tecnologia, porque realmente é uma tecnologia que no Brasil é nova, então é preciso entender cada vez mais como ela se adequa as nossas condições. Trazendo mais informação sobre a tecnologia, mostrando como é segura a energia na geração de eletricidade ou calor ai sim, com esse entendimento, elas vão se sentir mais seguras para fazer o investimento”, acrescentou Bruno Lima do CTGas-ER.
O investimento também gera dificuldades no desenvolvimento da energia solar. “O desafio é baratear o preço para disseminar mais o uso. Já tivemos e temos alguns empreendimentos nesse sentido, utilizando até materiais recicláveis, como, por exemplo, caixas de leite em pó, garrafas pet, então tem muito esforço sendo colocado para redução do preço”, ressaltou o coordenador de unidade de pesquisa aplicada, Paulo Fernando Reis.
Outro ponto em questão é a formação profissional para esse mercado no RN. “Para os grandes empreendimentos tem gente no mercado capacitada para dimensionar a fazer todos os cálculos de maneira que dê ao investidor as informações necessárias para que ele tenha segurança para fazer o investimento ou não. Já na área de instalações residenciais já se percebe um pouco mais de dificuldades na expertise dos instaladores, do próprio conhecimento da população”, complementou Paulo.
Para preencher essa lacuna, as opções são os cursos de qualificação e profissionalização. “Nós, por exemplo, trabalhamos com pesquisa aplicada, ofertas de serviços técnicos e educação profissional. O objetivo é ofertar cursos que qualifiquem as pessoas para lidar com essa tecnologia”, acrescentou Bruno Lima do CTGas-ER.
Consumo de energia elétrica cresce quase 3% em 12 meses
O consumo de energia elétrica segue crescendo a níveis mais altos que a expansão da economia do país. Nos 12 meses compreendidos entre outubro de 2013 e setembro de 2014, houve aumento de 2,9% no consumo, com destaque para o setor de comércio, com 7,3%. A indústria, ao contrário, apresentou queda, o consumo diminuiu 1,7%.
Em termos gerais, no período, o país consumiu 458.459 Gigawatts-hora (Gwh), em 2013, e 471.751 GWh em 2014, um aumento de 13.292 GWh. Os números foram divulgados hoje (30), na Resenha Mensal de Energia Elétrica, publicada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Nos 12 meses até setembro, o maior crescimento percentual coube à Região Norte, com 8,7%, seguida pelo Centro-Oeste (5,5%), Sul (5,4%) e Nordeste (1,9%). A Região Sudeste, que concentra 52% do consumo energético nacional, cresceu 1,3% no período.
No Sudeste, o segmento industrial registrou uma queda expressiva no consumo energético, de 3,4%, em 12 meses. Na comparação do mês de setembro deste ano com outubro do ano passado, o declínio no Sudeste é ainda maior, 9%.
Os dados completos podem ser acessados na página da EPE na internet (www.epe.gov.br).
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