HUB: RN quer reduzir QAV antes de reunião

Um dia antes da reunião com a diretoria da TAM Linhas Aéreas, em São Paulo, para descobrir o destino do Rio Grande do Norte na disputa para sediar o hub da companhia do Nordeste, o Governo do Estado ensaia uma última cartada. Amanhã (16), representantes do governo vão à Petrobras apresentar uma nova proposta para diminuir o preço da distribuição do querosene de aviação. O governo busca um abatimento de 8% a 10% no valor do combustível vendido para as companhias. Na quinta-feira (17), a diretoria da TAM recebe representantes do RN, Ceará e Pernambuco individualmente para apresentar o resultado de um estudo sobre as perspectivas econômicas do investimento.

Um das vantagens do  RN é que o aeroporto tem a maior área disponível para expansão entre os que estão na disputa pelo hub


A reunião será coordenada pela presidente da TAM, Cláudia Sender, e seguirá a ordem alfabética dos estados. Pela manhã, a presidência da companhia recebe os ministros do Turismo, Henrique Alves, e da Aviação, Eliseu Padilha.

O encontro com o staff potiguar acontecerá às 15h30, com duração prevista de 1h30. No encontro, o consultor britânico Dan Levine deve apresentar o resultado da consultoria, que avaliou, principalmente, o potencial de desenvolvimento econômico dos estados. O consultor já havia feito uma visita aos três estados em julho. Na época, o governo do RN apresentou a infraestrutura turística do estado, como os leitos disponíveis, e o crescimento no número de passageiros transportados por via aérea.


Pelo RN, participam o governador Robinson Faria, os secretários de Turismo, Ruy Gaspar e Desenvolvimento Econômico, Flávio Azevedo, além dos prefeitos de Natal, Carlos Eduardo Alves, e São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado. Também integram a comitiva o deputado federal Fábio Faria, os três senadores potiguares e José Luís Menghini, presidente do Consórcio Inframérica, que administra o Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante.

O secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar, mantém o otimismo quanto ao potencial do estado de sediar o hub. “Da reunião com o Dan Levine (em julho) eu saí muito muito otimista. Ele escutou tudo o que gostaria de ter escutado”, assinalou Gaspar. Ele acredita que o segundo estudo contratado pela TAM à consultoria Arup deve ser entregue em breve, e o anúncio final feito até outubro.

Em nota oficial encaminhada a reportagem, a TAM Linhas Aéreas informou que, mesmo com o cenário de crise econômica nacional – que levou a companhia a um enxugamento da malha área, inclusive com corte de vôos para Natal – o cronograma de implantação do hub Nordeste permanece o mesmo, com anúncio da sede em dezembro deste ano e início das operações em dezembro de 2017. O investimento total é U$$ 1,5 bilhão.

Diferenciais
Segundo o secretário de turismo de Natal, Fred Queiroz, a perspectiva é que, na reunião desta quinta, a TAM apresente os pontos positivos e negativos de cada estado. A decisão final, porém, não será anunciada. É possível que a companhia oferte tempo para que os estados apresentem soluções.

No caso do RN, entre os pontos questionáveis estão o baixo Produto Interno Bruto, que compromete a geração de renda e, consequentemente, de potencial demanda para a companhia. “A TAM tinha falado que um dos pontos negativos é o nosso PIB corporativo, que gera receita de passagem para a companhia. Mas temos pontos positivos que podem compensar, como o próprio aeroporto”, avalia Queiroz. “O que eu acho que será decisivo é a capacidade de resposta a estes pontos negativos”, emenda. Os participantes receberão uma cópia do relatório da consultoria.

De acordo com o secretário, os benefícios fiscais, como a desoneração do ICMS sobre o querosene de aviação, perderam o peso dentro da disputa, uma vez que todos os estados adotaram o benefício. “Na questão logística e de distribuição é que há uma diferença”, complementa.

O Governo do Estado já solicitou formalmente à Petrobrás uma diminuição no preço de distribuição do QAV no RN, visto que o estado é o único entre os competidores que produz combustível. A empresa não divulga o preço comercializado nos estados. “Nem mesmo a gente sabe o preço. Mas solicitamos uma diminuição de 8% a 10% pelo fator  localização”, ressalta Gaspar. A refinaria Clara Camarão fica a 130 km do terminal potiguar. 

Amanhã, secretários de governo se reúnem com a diretoria de Abastecimento e Refino e representantes do Consórcio Inframérica para apresentar uma nova proposta. Flávio Azevedo, titular estadual do Desenvolvimento Econômico, a proposta é um diferencial para o RN. “Vamos apresentar uma proposta e tentar nivelar, para chegarmos na quinta-feira com um fato novo”, diz, sem revelar os detalhes.

Deixe Seu Comentário:

Comente com o Facebook: