Expofruit deve movimentar negócios na ordem de R$ 40 milhões com a participação de 300 empresas, além de atrair público superior a 15 mil pessoas nos próximos três dias
Eduardo Viana, do Sebrae; prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini; empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente do Coex e vice-prefeita de Mossoró, Nayara Gadêlha, na abertura da Expofruit |
A maior feira de fruticultura irrigada do país –a Expofruit – já
começou e até quinta-feira, 23, deve prospectar negócios na ordem de R$
40 milhões. Os 300 estandes montados na Estação das Artes, em Mossoró,
atraíram – na noite de abertura – centenas de pessoas da região do
interior do Rio Grande do Norte, dezenas de empresários de todo o país e
até do exterior, além de autoridades do poder público.
Com o tema
“Todo mundo vê o desenvolvimento da fruticultura. Está estampado na
nossa cara”, a Expofruit transformará Mossoró – nesta semana – na
capital brasileira da fruticultura irrigada. A feira ocupa uma área de
15 mil metros quadrados e promete trazer mais benefícios para o setor.
Isso porque, só ano passado, este segmento da agricultura foi
responsável por exportar US$ 130 milhões e colocar o estado do Rio
Grande do Norte como o segundo maior exportador do país.
A 21ª
edição da Expofruit é realizada pelo Coex – Comitê Executivo de
Fruticultura do Rio Grande do Norte –, em parceria com o Sebrae, governo
do Estado e prefeitura de Mossoró e uma gama de empresas que compõe a
cadeia produtiva, o que inclui produtores, empresas de melhoramento
genético, embalagem, irrigação e produtos contra doenças e pragas. Hoje,
a fruticultura gera 20 mil empregos diretos e 50 mil indiretos no
estado. Fora o consumo interno, a produção é exportada para países como o
Reino Unido, Holanda, Espanha, Emirados Árabes, Canadá e Argentina,
entre outros.
O que faz a fruticultura potiguar ter a qualidade
reconhecida no mercado internacional é o selo de Indicação de Origem
Geográfica, que foi obtido em 2013. O presidente do Coex, empresário
Luiz Roberto Barcelos, destacou que o Brasil é hoje o terceiro maior de
frutas do mundo, ficando atrás apenas da Índia e China. Contudo, ele
ressaltou que – em termos de exportação – o Brasil está apenas na 23ª
posição. “Em nível de Brasil, não exportamos nem 3% do que produzimos,
porém, uma parte significativa do que vendemos ao mercado internacional
sai do Rio Grande do Norte. Portanto, o setor é importante para o país e
frutas como melão e melancia são destaques”, disse Barcelos.
De
acordo com o empresário, questões atribuídas ao poder público também
contribuem para o desenvolvimento da fruticultura, como o processo de
agilidade nas licenças ambientais e outorga da água. O resultado é um
faturamento de R$ 1 bilhão ao ano, no qual R$ 250 milhões são voltados
para o pagamento de salários. “Um quarto de nosso faturamento vai para
os trabalhadores do setor”, acrescenta Barcelos.
O diretor de
Operações do Sebrae no Rio Grande do Norte, Eduardo Viana, ressaltou que
a instituição apoia a fruticultura de maneira direta desde 1991, a
partir de projetos voltados para o plantio e comercialização do caju. De
lá para cá, a participação do Sebrae no setor agropecuário só fez
aumentar, com a presença na Festa do Boi, a partir de 1995; projetos
voltados para a produção in natura e qualidade do produto, em 1998;
qualidade total para produtos de maior valor agregado, em 2002; missões
internacionais de negócios, em 2003; certificações, a partir de 2009,
congresso brasileiro de fruticultura, em 2010; Certificação de Origem
Geográfica, em 2013; Central de Comercialização de Agricultura Familiar,
em 2014, além de estudos e projetos para o pequeno produtor, que foram
intensificados de 2015 para cá.
O presidente da Federação de
Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira,
destacou que a fruticultura no estado está “salvando” o setor.
“Infelizmente, a situação geral não é das melhores porque o setor
encolheu sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) do estado. O
que antes era uma participação de 3,4%, hoje é de 2,8%”, disse Vieira.
No entanto, ele disse que a fruticultura irrigada potiguar é motivo de
orgulho, porque enquanto se empregam dois trabalhadores por hectare
aqui, no estado do Mato Grosso – por exemplo – emprega-se apenas um cada
200 hectares de soja. “Com certeza, a Expofruit trará novos negócios
para o setor e hoje faz a diferença no setor agrícola. Os números estão
aí e em processo de crescimento”, completou Vieira.
O secretário
de Agricultura, Pecuária e Pesca do estado, Guilherme Saldanha,
participou da abertura da Expofruit representando o governador Robinson
Faria, que, por está em campanha eleitoral, fica proibido pela
legislação de participar de eventos. Saldanha ressaltou que não é fácil
ser produtor rural no Brasil, e em especial no Rio Grande do Norte.
“Estamos conseguindo desburocratizar o setor, porque os empresários são
geradores de empregos e desenvolvimento. A transposição do Rio São
Francisco, cujas obras estão em andamento na região do Assu, vão trazer
novas oportunidades para o setor agrícola. Além disso, o porto de Natal é
o maior exportador de frutas do Brasil, porque escoa a produção do Rio
Grande do Norte e outros Estados ”, disse Saldanha.
A prefeita de
Mossoró, Rosalba Ciarlini, também participou da abertura da Expofruit e
destacou que o município é parceiro do setor. “Essa parceria ficou ainda
maior com a participação da prefeitura de forma direta na realização da
feira, que trará uma nova dinâmica para a economia da região”, frisou
Ciarlini. A prefeita lembrou, ainda, que quando era governadora
conseguiu garantir investimentos internacionais na ordem de US$ 540
milhões para dez cadeias produtivas no setor agropecuário e, entre elas,
encontra-se a fruticultura. “Isso não é um projeto de um só governo,
mas de várias gestões. Tenho certeza que a próxima Expofruit será ainda
maior que esta”, destacou Rosalba Ciarlini. A Expofruit prossegue com a
feira, realização de seminários, visitas a plantios e rodadas de
negócios até quinta-feira, 23.
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