Turismo: Viajar de avião a partir de Natal demora e custa mais


Quem resolve viajar a partir de Natal precisa estar preparado: vai gastar mais tempo e dinheiro em viagens aéreas, do que se saísse por Recife, Fortaleza e Salvador, principais concorrentes  do turismo potiguar. O custo com passagem para um trecho saindo de Natal é em média R$ 339,00. Passageiros que saem de Brasília ou de São Paulo gastam em média R$ 200 por trecho de viagem. A média é similar a de Salvador, R$ 210.


Karina Lopes reclama da demora para fazer conexões 
Karina Lopes reclama da demora para fazer conexões

Os dados são da pesquisa Redes e fluxos do território Ligações Aéreas divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O instituto levantou 135 cidades que têm voos diretos e listou 76 locais, dos mais caros aos mais baratos. Embora os dados da pesquisa sejam de 2010, o cenário atual não é muito distante, segundo analistas e operadores do setor. Com a perda de malha aérea ocorrida em março, quando companhias aéreas como a TAM e a Gol reduziram o número de voos partindo de Natal, “a situação só se agravou”, avalia o diretor do Natal Convention Bureaux, George Costa.

“A estratégia comercial de reduzir assentos e aumentar o preço do bilhete deixa ainda o consumidor sem opções,  não há  a concorrência de horários e mais empresas operando”, diz Costa. O reflexo é a perda de turistas. As compras de última hora, sobretudo as estimuladas por promoções na rede hoteleira, que representam cerca de 10% no período de baixa estação - tem migrado para os estados vizinhos, diz ele. “O fator decisivo que pesa é o aéreo, muito mais caro aqui”, observa. Numa simulação aleatória, em um site de vendas, a passagem com destino a São Paulo em dia de semana e horário comercial é encontrada por R$ 1,2 mil saindo de Natal, enquanto de Recife e Fortaleza são comercializadas por R$ 790 e R$ 840.

O empresário  Marcelo Soares do Nascimento, de 30 anos, que aguardava ontem para embarcar para a Itália, conta que as despesas para ir a São Paulo, de onde retornou há uma semana, se assemelham ao pago para ir a Europa. “É muito caro e o serviço não é bom”, conta. A opinião é partilhada pela estudante Cinara Oliveira de Freitas, 18, que esperava para embarcar para a capital paulista.

O custo elevado, segundo o analista do IBGE Ivanilton Passos, se deve a elevada centralização da rede urbana na capital, alto custo de serviços no setor de turismo e a existência de um único aeroporto, além da distância com os grandes centros. “As cidades maiores possuem um fluxo maior de passageiros por isso os custos reduzidos”, observa.

Políticas de redução do ICMS do combustível adotadas por estados do Sul e Sudeste também influenciam no preço das passagens. “Estamos, o trade turístico potiguar, buscando esse subsídio para que o RN possa ser mais atrativo”, defende  Diassis.

Demora

Sobre o tempo de viagem, o estudo aponta a dificuldade e a demora que passageiros  enfrentam, sobretudo em cidades menores, como Natal. A capital potiguar tem o pior desempenho entre as quatro concorrentes e  o  segundo pior desempenho, junto com Maceió e Teresina, das capitais nordestinas.
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A cabeleireira paulista Karina Lopes, 29, conta que em novembro passado, a conexão somada ao atraso no voo a deixou das 20h às 5h do dia seguinte, presa no aeroporto. “E não há qualquer estrutura de apoio para a espera. Ficamos jogados”, afirma. Para a turista alemã Katlen Längle, que chegou ontem a Natal, a espera se deve as dimensões continentais e não é restrita ao Brasil. Outros países europeus também tem dificuldades em operar as malhas apesar de distancias menores.

O RN só tem voos diretos para São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza. Para qualquer outro destino é preciso se submeter a escalas e conexões, dependendo do destino e horário (que podem influenciar no valor da tarifa, quanto maior o tempo de duração mais baixo o valor), o tempo perdido em conexão é superior ao tempo embarcado.


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