O cenário econômico desfavorável, que inclui restrições de crédito, desemprego, inflação crescente e maior endividamento das famílias, levou o comércio varejista nacional a fechar o primeiro semestre com queda de 6,4% no volume de vendas, em relação ao mesmo período de 2014, apontam dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Rio Grande do Norte, o encolhimento do setor foi de 1,9%, mas, em um momento em que apenas um Estado – Roraima – obteve saldo positivo, o resultado acaba sendo mais favorável. Os dados dizem respeito ao comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção. A Fecomércio RN calcula que o setor potiguar tenha deixado de faturar cerca de R$ 841 milhões, no período.
Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), três setores apresentaram baixas significativas durante o primeiro semestre deste ano. Móveis e Eletrodomésticos tiveram queda de 11,3%. Em seguida veio hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo com taxa negativa de 1,8% no ano. E tecidos, vestuário e calçados apresentaram variação negativa de 5% no período. Na outra ponta, houve crescimento nas atividades de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (5,2%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,9%).
O resultado melhor em relação à média nacional, tanto no acumulado do semestre quanto nos resultados de junho (+1,2% do RN contra -3,5% do Brasil) para Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio/RN, pode ser atribuído à uma retomada, ainda que tímida, das atividades turísticas no Estado. “Novos voos na esteira da desoneração do ICMS, incremento de 8% no volume de passageiros registrado pelo nosso aeroporto e uma maior visitação do turista interno – que se viu obrigado a desistir de viagens internacionais em virtude da alta estratosférica do dólar. Certamente que isso teve um impacto nos números do RN”, analisou.
Lojas
Lojistas ouvidos pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, contudo, apontam outros fatores como responsáveis por amenizar a queda do setor. De acordo com eles, a continuidade do volume de vendas em seus estabelecimentos se deve a promoções e liquidações de produtos, para incentivar as compras à vista, assim como maiores facilidades de negociação e utilização dos cartões de crédito, aumentando a oferta de parcelamento.
“A empresa não ficou de braços cruzados. Fizemos algumas ações de prazo, o nosso diferencial, hoje, é o cliente comprar e pagar a primeira com 60 dias. E também promoções de 10%, 20%, 30% e até 50% no produto”, comentou Jonas Agleres, gerente de vendas da Esposende calçados. Esse interesse do consumidor por facilidades de negociação e preços mais baixos também é destacado pelo gerente de vendas da Lojas Rabelo, do ramo de eletrodomésticos, Jailson Souza. “Hoje, 70% das nossas vendas são de cartão de crédito. O restante, boa parte, é à vista. Inclusive, já estamos com novo saldão”, afirmou.
Mesmo em período de crise, há quem aposte também em investimentos para aumentar a oferta de produtos. É o caso das Lojas Santa Lúcia, de higiene e cosméticos. “A quantidade de pessoas na rua está menor do que antes. Isto é visível. No nosso caso, o segmento é prioridade para as mulheres, que primeiro compram a alimentação e depois cuidam da beleza. Então, sempre há venda. O que acontece é que aquela cliente que comprava um produto de R$ 50, hoje escolhe um do mesmo efeito, qualidade próxima e custo mais barato. Por isso que esse momento é de investir também”, pontuou.
Mercado de trabalho
Assim como no volume de vendas, o comércio registrou saldo negativo no emprego. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, neste ano, o setor potiguar já acumula baixa de 1.842 profissionais, o pior saldo desde 2005. Apesar disso, no acumulado dos últimos 12 meses, entre junho de 2014 e junho de 2015, o segmento ainda registra saldo positivo, com saldo de 1.732 vagas. De acordo com as empresas ouvidas pela TN, a Rabelo Cidade Alta afirmou não ter registrado demissões nem contratações. No caso da Esposende, houve desocupações em janeiro, decorrentes das vagas temporárias. Já a Santa Lúcia afirmou ter contratado 4 profissionais.
O segmento de móveis e eletrodomésticos teve queda de 11,3% no volume de vendas, entre janeiro e junho. Outros também recuaram |
O resultado melhor em relação à média nacional, tanto no acumulado do semestre quanto nos resultados de junho (+1,2% do RN contra -3,5% do Brasil) para Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio/RN, pode ser atribuído à uma retomada, ainda que tímida, das atividades turísticas no Estado. “Novos voos na esteira da desoneração do ICMS, incremento de 8% no volume de passageiros registrado pelo nosso aeroporto e uma maior visitação do turista interno – que se viu obrigado a desistir de viagens internacionais em virtude da alta estratosférica do dólar. Certamente que isso teve um impacto nos números do RN”, analisou.
Lojas
Lojistas ouvidos pela reportagem da TRIBUNA DO NORTE, contudo, apontam outros fatores como responsáveis por amenizar a queda do setor. De acordo com eles, a continuidade do volume de vendas em seus estabelecimentos se deve a promoções e liquidações de produtos, para incentivar as compras à vista, assim como maiores facilidades de negociação e utilização dos cartões de crédito, aumentando a oferta de parcelamento.
“A empresa não ficou de braços cruzados. Fizemos algumas ações de prazo, o nosso diferencial, hoje, é o cliente comprar e pagar a primeira com 60 dias. E também promoções de 10%, 20%, 30% e até 50% no produto”, comentou Jonas Agleres, gerente de vendas da Esposende calçados. Esse interesse do consumidor por facilidades de negociação e preços mais baixos também é destacado pelo gerente de vendas da Lojas Rabelo, do ramo de eletrodomésticos, Jailson Souza. “Hoje, 70% das nossas vendas são de cartão de crédito. O restante, boa parte, é à vista. Inclusive, já estamos com novo saldão”, afirmou.
Mesmo em período de crise, há quem aposte também em investimentos para aumentar a oferta de produtos. É o caso das Lojas Santa Lúcia, de higiene e cosméticos. “A quantidade de pessoas na rua está menor do que antes. Isto é visível. No nosso caso, o segmento é prioridade para as mulheres, que primeiro compram a alimentação e depois cuidam da beleza. Então, sempre há venda. O que acontece é que aquela cliente que comprava um produto de R$ 50, hoje escolhe um do mesmo efeito, qualidade próxima e custo mais barato. Por isso que esse momento é de investir também”, pontuou.
Mercado de trabalho
Assim como no volume de vendas, o comércio registrou saldo negativo no emprego. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, neste ano, o setor potiguar já acumula baixa de 1.842 profissionais, o pior saldo desde 2005. Apesar disso, no acumulado dos últimos 12 meses, entre junho de 2014 e junho de 2015, o segmento ainda registra saldo positivo, com saldo de 1.732 vagas. De acordo com as empresas ouvidas pela TN, a Rabelo Cidade Alta afirmou não ter registrado demissões nem contratações. No caso da Esposende, houve desocupações em janeiro, decorrentes das vagas temporárias. Já a Santa Lúcia afirmou ter contratado 4 profissionais.